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terça-feira, 1 de outubro de 2013

OI SOL


O! sol,
um dia,
haverás
de
entrar
pelas
frestas
de
meu
barraco.
E,
então,
terás
brilhado
para
todos.

Maio de 1969


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

NÃO SEI...

Não sei se sou poeta
ou, apenas,
um amante passional da poesia.

Eis o dilema que me angustia.

Mas, ainda,
não perdi a esperança de que um dia
farei poemas,
até ciarem de maduros
como o silêncio das coisas...



terça-feira, 3 de setembro de 2013

TENHO AMOIR PARA DAR

Tenho sede,
não encontro a fonte.

Tenho fome,
não acho comida.

tenho amor,
                                                                  mas não tenho a quem dar

domingo, 21 de julho de 2013

UMPOBRE HOMEM DA RUA






Um homem,.
um simples e pobre e homem
da rua,
só,
faminto,
sem rumo
e
sem nome;
um homem
que vendo refletida,
através da vidraça,
sua desgraçada imagem,
desesperado
( o mesmo desespero que deu a
Cruz e Souza a coragem  de traduzir em soneto,
a angústia de ser preto),
gritou,
        gritou,
com toda a forca
de seu exaurido coração:
   
            1
  
Hei! Você, ai...
Ri...
Ri, triste palhaço.
E ele mesmo pôs-se a rir.
A princípio,
discretamente,
o riso frio,
riso dos que não podem chorar.
Depois, seu riso foi aumentando,
aumentando,
em intensidade e compasso,
até se transformar num trágico gargalhar,
choro dos que não podem rir.
Gargalhou.
Trágico-comicamente gargalhou.
E, tanto gargalhou que,
exausto,
foi ao chão.

           2

 Respirou fundo
e quedou-se estático,
mudo,
ali mesmo,
na rua,
onde sempre viveu

E, aos poucos,
ao som de buzinas,
roncos,
apitos,
vozes,
risos,
e
choros,
adormeceu,
para nunca mais acordar.


 Junho de 1980

































sexta-feira, 19 de julho de 2013

TU ÉS UUM POEMAMINHA NETA


SOU...


Sou...
Mas não basta.
Preciso ultrapassar meu próprio ser.
Tornar-me um homem total.
Vencer as barreiras de minhas próprias
                                       limitações e
transformar-me numa peça útil
à movimentação da engrenagem social.


quinta-feira, 18 de julho de 2013

SERIA EU O LOUCO...



          1

Sonhei
com um louco
caminhando dentro da noite.
Uma noite diferente,
Havia luzes,
havia enfeites.
Havia alegria.
Alegria
coletiva
pura
cínica,
chocante,
mas havia
em todos os semblantes,
menos no do insensato,
que chorava,
gritando palavras desconexas
contra a multidão,
como se esta fosse a culpada
de haver amargura em seu coração.

               2

A multidão prosseguia
indiferente,
abafando as blasfêmias do demente,
com seus cânticos de paz,
fogos de artifícios
e com gritos felizes
das crianças
soltando balões de gás.
          
                3

De repente
tudo se transformou.
A multidão pôs-se a chorar
e o louco a sorrir.
Era a morte do sonho.
Era a esperança
a morrer com a noite.
Era a dura realidade
de um novo dia a surgir.

               4

Os cântico de paz
transformados em prantos
de sangue a correr pelo chão.
Os fogos  de artifícios
em bombas de guerra.
O riso alegre das crianças
em tristes lamentos de
inocentes pedindo pão.
As mensagens  de amor,
de paz
para os homens de boa vontade
                                           na terra,
em tristes notícias
de crimes,
revoluções,
inflação,
fome,
dor,
      luto,
            ódio,
                   guerra.

               5

O louco
sorriu, cínico,
mas sorriu.
Então,
acordei
com a sensação
de que o louco era eu.

Natal, 1970
  





quarta-feira, 17 de julho de 2013

TENHO AMOR



De Luís Gustavo de Lucena


Tenho sede,
não encontro a fonte.

Tenho fome,
não acho comida.

tenho amor,
mas não tenho a quem dar.





terça-feira, 16 de julho de 2013

REFLEXÕES CONTRADITÓRIAS



 T                                     
Tudo termina,
para recomeçar,
num teorema de contradições.
    Passada a tempestade,
    vem a bonança.
Superando-se o fracasso,
chega-se ao sucesso.
    Dominando-se o vício,
    alcança-se a virtude.
E, assim,
como do prazer,
pode vir a dor,
do ódio,
    pode-se chegar
ao amor e
                                                                                                vice e versa.

VAGANDO PELO TEMPO

Não é o tempo [que passa
Voando.
É agente que, pelo tempo,
voa,
simplesmente vagando,

atoa. ´

Julho/2002

domingo, 12 de maio de 2013

sexta-feira, 12 de abril de 2013

UM TÊNUE E SUFOCADO GTITO: LIBREDADE



             1

Noite de insônia.
A lua,
toda nua,
passeando em céu de estrelas.
Tudo tão clamo,
tão sereno,
convidando à introspeção.

           
                2

Gosto de brincar com pensamentos
desconexos e contraditórios.
É como andar por caminhos ínvios
flutuar no vazio.

               3

Penso.
        Penso.
                E, pensando,
tenho visões apocalípticas:
gente devorando gente,
mães gerando mendigos,
escolas formando ladrões,
indigentes expulsos  de hospitais,
prostitutas brilhando nos salões,
delinqüentes se matando nas ruas
e inocentes lotando prisões.

              4

A noite continua
uma nuvem branca cobre a lua.
Meu pensamento divaga:
Amor,
         ódio,
                prantos,
                            flores,
                                    sexualidade,
                                                    solidão
                                                              e cantos.

               5

A noite chora.
Choro...
Nossas lágrimas caem à terra
                      e geram flores,
flores que enfeitam a vida,
mas, também, ornamentam a morte,
                               morte ocasional,
                                            voluntária,
                                                provocada,
                                                            natural,


                6  

Penso.
        Penso.
Penso nas coisas boas e belas da vida,
que consciências adormecidas
querem varrer da face da terra.
Mas penso,
também,
no mal que existe no mundo,
capaz de destruí-lo,
num segundo.
Penso na guerra,
no grito dos oprimidos.
na intolerância dos opressores,
na agonia da morte,
na tremenda falta de sorte,
dos meus irmãos sofredores.

             7

Penso também  em você,
meu amor.
Nos teus beijos,
nos nossos desejos
e anseios de felicidade.

            8

A noite chega ao fim.
A lua despede-se de mim
e, invejando o sol que desponta,
desaparece no horizonte.

            9

Então,
já não penso.
Durmo.
E, dormindo, sonho,
que o despertar do sol
é uma esperança,
uma leve esperança cheia de luz.
A sonhada esperança
que levou Cristo a morrer na cruz.
E, assim, acordo,
voltando os olhos para o infinito,
de onde me parece vir um grito,
um tênue e sufocado grito:
           liberdade, liberdade, liberdade, liberdade...



                                             Dezembro de 1964


INGEENUO SONHADOR




Vivi um sonho,
um longo
e lindo sonho de amor.


Afinal,
sou de peixes -
um ingênuo sonhador...


Bastou
um leve sopro
para eu acordar
e perceber
que tudo não passou,
mesmo,
de um simples sonho...


Resta-me
uma amarga saudade
e a doce esperança
de que,
fechando os olhos,
eu volte a sonhar...


Tudo depende de você...


Afinal,
sou de peixe -
um ingênuo sonhador.



                    Abril de 1969

segunda-feira, 11 de março de 2013

O SONHO





O sonho
é o mais precioso dos
                             tesouros;
por isso,
          o guardamos
no cofre seguro
          do nosso inconsciente.

Poemas de Luís Gustavo de lucena (KIKO)




quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

QUERO ME LIBERTAR






 
Não.
Não suporto mais
esta passividade
morna,
mansa,
mansa,
que inconscientemente
estou deixando
tomar conta  de meu ser.
   
2

 Preciso
me libertar,
para liberto,
seguir meu cominho,
sem horizontes,
levando meu canto,
por vales  e monte
até a mora da felicidade.
  
3

Não nasci para o conformismo,
esta prisão invisível,
que mantém o homem
recluso em si mesmo.
Prefiro
seguir a esmo,
curtindo a incerteza de
novas aventuras,
a me enganar
ao rol das criaturas
que,
conformadas,
perderam a vontade de cantar.

4

 Quero meu verso,
jogado ao vento,
transmitindo alento
aos desanimados,
que fugiram a luta
antes da batalha.
Quero transformar meu canto
no manto que agasalha
e, com meu cantar,
adormecer sorrido
meus irmão desafortunados.
  
5

 Quero meu verso
ensinando amor,
mitigando a dor,
secando lágrimas,
levando otimismo aos corações
angustiados.

6

 Preciso, com urgência,
me libertar,
para liberto,
seguir meu caminho,
sem horizontes,
cantando;
e que
meu canto,
por vales e montes,
siga despertando consciências,
saciando a sede
e a fome,
libertando o homem
do próprio homem.


24.8.1969,