Não.
Não
suporto mais
esta
passividade
morna,
mansa,
mansa,
que
inconscientemente
estou
deixando
tomar
conta de meu ser.
2
me
libertar,
para
liberto,
seguir
meu cominho,
sem
horizontes,
levando
meu canto,
por
vales e monte
até
a mora da felicidade.
3
Não
nasci para o conformismo,
esta
prisão invisível,
que
mantém o homem
recluso
em si mesmo.
Prefiro
seguir
a esmo,
curtindo
a incerteza de
novas
aventuras,
a
me enganar
ao
rol das criaturas
que,
conformadas,
perderam
a vontade de cantar.
4
jogado
ao vento,
transmitindo
alento
aos
desanimados,
que
fugiram a luta
antes
da batalha.
Quero
transformar meu canto
no
manto que agasalha
e,
com meu cantar,
adormecer
sorrido
meus
irmão desafortunados.
5
ensinando
amor,
mitigando
a dor,
secando
lágrimas,
levando
otimismo aos corações
angustiados.
6
me
libertar,
para
liberto,
seguir
meu caminho,
sem
horizontes,
cantando;
e
que
meu
canto,
por
vales e montes,
siga
despertando consciências,
saciando
a sede
e
a fome,
libertando
o homem
do
próprio homem.
24.8.1969,